#ForaBolsonaro é palavra de ordem necessária na luta pela preservação da democracia, no Brasil, ameaçada pelo atual governante federal
Antes de mais nada, é preciso dizer que não há espaço para qualquer construção política fora da democracia, do respeito ao estado de direito civil e à vida. Nesse sentido, não há diálogo possível com milícias, fascistas ou quem defende rupturas democráticas.
Comecei minha trajetória na política, ainda no movimento estudantil, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Passei e vivenciei partidos políticos antes de chegar onde hoje estou. Trabalhei na gestão de João Pessoa, em diversas funções, inclusive como secretário do Orçamento Democrático. Depois fui trabalhar no Governo do Estado onde fui secretário de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) e do Empreender.
Em 2016, fui eleito vereador de João Pessoa, nossa amada capital, cumprindo um honroso mandato, mas decidi não buscar a reeleição. Isso, para cumprir uma missão urgente: a de assumir a condição de secretário de Desenvolvimento Humano no Governo da Paraíba, sob a liderança do nosso governador, João Azevêdo. Uma tarefa que sempre compreendi ser árdua, mas que se tornou um trabalho para salvar vidas em meio à pandemia.
Talvez você que esteja lendo até aqui se pergunte, qual a razão de todo esse arrodeio?
Pois bem, é para dizer que, em todos esses espaços da vida pública, convivi e dialoguei com pessoas das mais diversas origens. Inúmeras e distintas visões de mundo. Crenças e credos dos mais plurais. Ainda assim, em todos esses espaços por onde passei, tenho a alegria de ser reconhecido pela minha capacidade de construir pontes de diálogos e parcerias. Contudo, há limites e, no Brasil de hoje, está cada vez mais evidente que não há mais espaço para dialogar com o que representa o Bolsonarismo.
Por que o Bolsonarismo é tão nocivo?
- O Bolsonarismo é nocivo, pois ele degrada as bases da sociedade brasileira. Ele ataca nossas origens como povo. Busca nos dividir para enfraquecer a pluralidade de nossa cultura e forma de viver, visando criar grupos antagônicos onde ele se fortalece. Foi assim que um deputado medíocre e incompetente, se tornou presidente da República. Apostando na divisão e nos sentimentos mais vergonhosos, no ódio e no medo. Tudo para construir uma base doentia de apoiadores que o defende, sem muitas vezes nem entender as reais razões disso, tampouco, quem financia essa máquina de corrupção que afirma combater;
- Ao mesmo tempo, o Bolsonarismo é perigoso, pois ele cumpre, milimetricamente, uma agenda de destruição das instituições públicas brasileiras. Ao mesmo tempo que ataca as bases da nossa democracia, vende nossos principais ativos, corrobora com a destruição de nossas reservas naturais. Com o desmatamento da Amazônia, as queimadas no Pantanal e a exploração desregulada de áreas indígenas, vemos o desrespeito e o ataque ao nosso futuro de forma evidente;
- É também perigoso, pois está diretamente ligado ao interesse dos rentistas. Daqueles que já são ricos demais, uma minoria que detém a maioria de toda a riqueza capital do país. Empresários inescrupulosos, capazes de adulterar o laudo da morte de sua própria mãe, para seguir propagando mentiras e contribuir com o genocídio de mais de 600 mil vidas brasileiras;
- Eu poderia ainda citar inúmeras outras variáveis da tragédia social, político e econômica que o Bolsonarismo está provocando no Brasil, mas vou me ater, abaixo, há um delas: A volta da fome;
Na condição de secretário de Desenvolvimento Humano, uma das nossas principais frentes de trabalho é pela segurança alimentar de nossa população. Desde que assumi essa missão, no final de 2019, temos trabalhado muito nesse sentido, mas, sem sombra de dúvidas, a pandemia colocou essa missão em outro patamar. Eu nem precisaria estar na condição de secretário para notar, de forma muito evidente, que a fome e a pobreza, como há anos não víamos, voltou às nossas cidades e à rotina do povo. São milhões de desempregados e uma inflação como não víamos há décadas que assola quem mais precisa. Tudo fruto do projeto de morte que Bolsonaro representa, seja a morte por Covid-19 ou pela fome.
Nessa nossa missão em busca da garantia da segurança alimentar para a população paraibana, surgiram iniciativas como o “Tá na mesa”. O programa visa garantir alimento de qualidade, ao mesmo tempo que fortalece o comércio e a prestação de serviço nas 83 cidades em que será implementado. Já nas primeiras semanas e cidades que a ação chegou, vimos a sua potencialidade e a diferença na vida das pessoas. Milhares de beneficiários que, não fosse esse esforço do poder público estadual, estariam sendo, agora, vitimadas pelo Bolsonarismo. No entanto, sozinho, o Governo do Estado possui limitações e nossa ação também.
Afinal, em todo esse tempo, tivemos e estamos tendo que lidar com a grave crise econômica, hídrica e sanitária que assola o Brasil. Crise ampliada e reforçada pelo desastroso governo Bolsonaro. Um governo que assiste inerte a elevação do custo de vida para os mais pobres, as filas por osso e a disparada dos preços da gasolina e do gás de cozinha. Enquanto isso, torra milhões de reais em uma elevação vergonhosa dos gastos com cartão corporativo da Presidência. Torra bilhões na farra de emendas para aprovar legislações que prejudicam a vida dos mais pobres. E segue a cartilha da incompetência generalizada guiada por saqueadores como Paulo Guedes, ministro da Economia que esconde dinheiro em offshores e paraísos fiscais no exterior. Práticas de um governo corrupto e cuja função é vender o país e assolar o brasileiro com a miséria.
A esperança está nas boas práticas e na unidade democrática que se desenha
Entretanto, ainda há esperança, apesar dos prejuízos do Bolsonarismo no Brasil, uma experiência desastrosa que por décadas precisaremos lutar para reparar. Essa esperança reside, justamente, nas boas experiências e práticas de gestão dignas que vemos em estados como a nossa guerreira Paraíba e, de um modo geral, no Nordeste brasileiro. Muito precisará ser feito, mas mesmo com o presidente jogando contra o povo, nós estamos conseguindo avançar com a garantia da segurança alimentar para o nosso povo, apenas um dos indicadores positivos que temos tido, mesmo em meio ao caos que vivemos.
Há também a esperança, pois, ainda que siga resistindo às custas dos cofres públicos do país no cargo de presidente, na pior das hipóteses, acredito que lavaremos com a democracia o banho de sangue, dor e sofrimento causado por Bolsonaro, em 2022. Pois mesmo com dificuldades e as arestas existentes, acredito que aqueles que defendem a democracia estarão reunidos para derrotar o Bolsonarismo, talvez até mesmo em um primeiro turno.
De minha parte, reitero minha postura de combate ao fascismo que tenta se instalar em nossa sociedade. Como disse, anteriormente, minha trajetória seguirá ao lado da democracia, do diálogo e da construção de caminhos para melhorar a vida do nosso povo. Vamos juntos tirar o Brasil das mãos dos milicianos, dos obscurantistas e de todos que atacam a ordem democrática. Na Paraíba estamos provando que é possível e vamos avançar ainda mais. Viva o Brasil, a Constituição Federal, nosso povo, nossa soberania e a democracia. Fora Bolsonaro!
POR TIBÉRIO LIMEIRA