O governador de Minas, Romeu Zema, anunciou a formatação de bloco dos estados do Sul e Sudeste para conquistar mais quinhão político-econômico. E como não consegue controlar o ranço em relação a este lado de cá do País, pintou o cenário “nós contra eles”.
Propondo uma separação entre o Brasil rico e o Brasil pobre.
Ou, segundo suas próprias palavras, dividindo o rebanho entre as vaquinhas pouco produtivas e os bovinos que têm tetas fartas.
A ação em bloco dos estados do Sul-Sudeste não é nada inédito na geopolítica nacional.
Os governadores da nossa região há muitos anos (décadas até) já atuam em conjunto, cientes de que ganham maior envergadura quando sintonizam suas demandas. O governador João Azevedo, por sinal, é o atual líder do Consórcio Nordeste.
O problema de Zema é que ele não consegue evitar o halo xenofóbico que arrasta sempre que aponta para o Nordeste.
A incontinência preconceituosa de Zema, porém, pode ser útil aos nordestinos.
Ele, que não esconde o desejo de ser candidato a presidente da República, na condição de herdeiro do espólio político de Bolsonaro, sinaliza com muita antecedência e de forma muito clara uma mudança brusca na Federação.
Ou seja: em um eventual governo Zema, o Brasil que importa começaria depois da Bahia.